


Incrível como hoje a relação HOMEM x MÁQUINA é cada vez mais comum não é mesmo? Eu já tinha a impressão de que os adeptos à tecnologia não tinha idade, mas hoje tive a certeza! Em plena madrugada, mais precisamente às 06h45min, num estágio de ociosidade cerebral e esperando para ser atendida pela médica dermatologista, ouço duas senhoras sentadas ao meu lado conversando sobre as funções de celular, cada uma “puxando a sardinha” para seu aparelho, claro! Não pude evitar que meus neurônios despertassem do estado em que se encontravam, para apreciar o papo daquelas mulheres que, em minha opinião, são muito moderninhas.
À uma hora daquelas, eu poderia ouvir de tudo, menos uma leve discussão sobre cartões de memória, músicas, cabo USB, etc, etc, etc... Há um tempo atrás seria comum que o papo girasse em torno das peripécias dos filhos, a dificuldade do casamento ou como é ruim ficar esperando médico. Ou até mesmo comentar sobre a doença do pai, a data de aniversário de falecimento da mãe, ou quem sabe até falando mal da administração pública... Mas não! A senhora número 1 - não atei em guardar o nome das simpáticas mulheres modernas - comentava sobre seu celular que tinha 2G de memória, cabo USB, mas que não tinha Bluetooth – fiquei realmente sensibilizada com sua declaração, e achei uma pena que uma ‘máquina’ daquelas não tivesse conexão de rede sem fio.
A outra senhora, com muita delicadeza, iniciou então a sessão: dicas da semana para o seu celular! Ensinando a outra que é possível encher o aparelho de músicas baixando-as da internet e passar para o celular através do cabo USB. A reação da senhora número 1 me pareceu tão contagiante que não pude deixar de conter minha emoção naquele momento. Que incrível! Passei então a considerar que uma era aluna, a outra professora. Com os aparelhos nas mãos, cada uma mostrava o que era capaz de fazer com seus filhotes tecnológicos. Pastas, músicas, fotos, mensagens, bluetooth, mp3... Nossa, quanta coisa foi possível ouvir daquelas senhoras que a cada palavra lançada ao ar fazia meu cérebro despertar mais rapidamente.
O engraçado era que funções básicas de como emudecer o volume das teclas e não ficar importunando os sonâmbulos ao redor elas não sabiam. Aquilo realmente me instigou. Desejei muito mostrá-las que as funções de entretenimento de celulares são realmente interessantes, mas que tarefas básicas também são essenciais para harmonizar um ambiente em que homem e máquina habitualmente convivem – ou pelo menos são obrigados, como era meu caso. Havia justamente deixado a praga do meu celular pra evitar ficar gastando a digital dos meus dedos em suas teclas, olhando a hora a todo instante e ficar mais impaciente com essa prática.
Enfim, hoje cheguei a uma conclusão: de que a tecnologia é para todos e está com todos! Não importa o sexo, religião, idade, o que faz da vida... Nada! Bom mesmo é poder desfrutar da tecnologia que a inteligência humana produz e que cada vez mais nos torna dependentes. Que essa relação possa seguir saudável e próspera!